segunda-feira, 26 de março de 2012

Sumiço...

Tenho andado ocupado demais desde a última postagem, não tenho tido tempo de atualizar os números das estréias, temporadas, etc, que embasavam a maioria dos meus comentários. Por outro lado, estou pobre pobre pobre e toma tempo sobreviver. Mas ainda não morri, parece. Estou vendo a bagunça em torno do ISS municipal, vontade de assistir às reuniões, palpitar mais... Mas um pouco já se antevia o problema aqui (eu sou vidente, acreditem!). Não há dinheiro que baste se não houver política que reflita. O teatro mudou, a produção do teatro mudou, a televisão entrou mais forte do que nunca nos últimos anos atraindo milhares de novos atores para o "mercado", gente que não tem onde trabalhar e vai desaguar no teatro, onde inventam projetos, autores, diretores, produtores... Por outro lado, o dinheiro público que começou a entrar e domina a produção de teatro no Brasil fez tudo ficar pelo menos o dobro do preço que era. Ou seja, tem muito mais projetos, muito mais caros e o dinheiro não acompanhou essa marcha (e vai acompanhar como, meu Deus?). Por outro lado, a bilheteria nunca significou tão pouco na contabilidade das produções e nunca representou tão pouco na carreira dos espetáculos (os atores estão ali para aparecer para a televisão, que é onde se ganha destaque e dinheiro de verdade, todos para a tevê, todos para a tevê!!!). A bilheteria caiu não só porque não interessa aos atores que não se interessam em viver de teatro, como por causa da grana ser pública - já que o dinheiro é do povo, o governo quer o povo no teatro (e com razão) e já que o povo é pobre, não se pode cobrar nada muito caro dos pobres. É isso, ou mais ou menos isso, o resto é derivação em cima disso. Se puxar a linha a partir daí o novelo desenrola, se ficar arrumando paliativo pra montar o projeto da vez, não vai dar certo de novo. O sujeito leva dez anos pra conseguir patrocínio pra peça dele, quando consegue fica no máximo dois meses e meio em cartaz (os números, que falta me fazem os números, mas está provado que é isso, ou mais ou menos isso). Se cada brasileiro fizer a sua peça democratiza. O problema é que não tem teatro nem público pra tanta democracia . Mas uns estão ganhando muito dinheiro com a bagunça ("uns", não "dois" nem "três", "uns"!), perguntem a quem está ganhando com a bagunça se quer continuar ganhando ou se quer democratizar alguma coisa.